03 julho 2012

Breve volta ao mundo em 30 dias: Austrália

Fonte: Tumblr Quitoon
Muito contente pelas respostas positivas da primeira postagem da Breve volta ao mundo em 30 dias, dou continuidade hoje com um país bem distante da Inglaterra, pelo menos em termos geográficos. Novamente por uma questão de votação, o escolhido da vez pelos leitores está no continente da Oceania e é muito famoso por sua biodiversidade exótica, pela altíssima qualidade de vida, que o faz ser um dos destinos preferidos dos intercambistas de todo o mundo, e por sua exuberância natural em cada paisagem que apresenta em seu enorme território. Excepcionalmente hoje, caros viajantes, conheceremos um pouco da adorável e jovem Austrália.

Em sua condição de ilha, o território australiano está situado do outro lado do planeta para nós, banhado pelas águas dos oceanos Índico e Pacífico, no Novíssimo Continente que representa a Oceania. Apesar de a existência humana nas terras do país constar de milhares de anos atrás pela presença aborígene, foi apenas em 1788 que as primeiras frotas vindas da Inglaterra desembarcaram na Austrália, em Sidney, levando consigo cerca de 1500 viajantes, metade deles prisioneiros exilados. Logo conclui-se, daí, que a colonização no país foi semelhante à do Brasil, ao início, repleta de criminosos que acabaram mudando de vida ao explorar a rica matéria-prima presente. A partir de 1790, contudo, muitos homens livres passaram a chegar também às terras australianas, prosperando com suas fazendas e incentivando os ingleses a migrar pela mão-de-obra barata e as ótimas condições econômicas e climáticas. 

A 1º de janeiro de 1901, os seis estados de Nova Gales do Sul, Victoria, Queensland, Austrália Meridional, Austrália Ocidental e Tasmânia se tornaram independentes ao formar a Comunidade da Austrália (Commonwealth of Australia), cortando algumas de suas relações com a capital inglesa, mas mantendo o regime monárquico parlamentarista herdado e algumas tradições culturais, como o chá da tarde e a educação de padrões altíssimos.

Informações gerais
Apesar de ser o 6º país de maior expansão territorial no mundo, ficando logo atrás do Brasil, a Austrália tem 2/3 de seu território ocupados por um imenso deserto no qual já foram registradas temperaturas superioras a 58ºC. Sua população fica em torno de 22 milhões de habitantes, dos quais uma grande parcela é advinda do processo imigratório. O idioma oficial, herdado da antiga capital, é o inglês, apesar de, como muitos turistas gostam de destacar, ter algumas gírias e fonemas bem característicos. A moeda é o dólar australiano, de  valor um pouco inferior ao do dólar americano.

Um misto de povos, paisagens e seres para lá de diferentes
Apesar de muitos caracterizarem os povos australianos como brancos, loiros, altos e de olhos azuis, o país está longe de ter um estereótipo próprio. Entre as comunidades que formam a Austrália, temos ingleses, irlandeses (um dos países a receber o maior número deles em todo o mundo), italianos, indianos, japoneses, chineses, coreanos e tudo o mais que se possa imaginar, ficando difícil de dar uma característica com exatidão, por assim dizer.

Quando se fala em exótico, a fauna e a flora australianas não ficam atrás. De cunho endêmico (característica biológica restrita a uma região) em nome de seu isolamento continental, a biodiversidade do país é única em muitos aspectos. Entre os mais famosos, encontramos coalas, cangurus (um dos símbolos nacionais), ornitorrincos, diabos-da-tasmânia, dingos, dugongos (oi, Ana?), bandicoots e cacatuas, além de uma extensa classe de animais venenosos ou fornecedores de grandes perigos, como tubarões-brancos, aranhas e os temíveis crocodilos, encontrados até mesmo em certos mares australianos. É na Grande Barreira de Coral, um dos símbolos do estado de Queensland e Patrimônio Mundial da Unesco que podemos ver o exemplo maior da importância biológica da Austrália em escala global, fazendo com que cada um dos seres vivos presentes nesse bioma fantástico sejam capazes de regular a temperatura do Oceano Pacífico.

Sendo uma ilha e estando extremamente próxima ao Havaí e à Indonésia, por exemplo, é na Austrália que encontramos o berço de uma significativa parte da história de esportes marítimos como o surfe, incentivado até mesmo pelo governo como forma de educação. Grifes de renome mundial como Rip Curl e Billabong nasceram na famosa Gold Coast, em Queensland, visitada por surfistas e turistas de todo o mundo, especialmente Coolangatta. Os nativos do país, tais quais os brasileiros, têm uma paixão natural pela praia e muito do que se orgulhar nesse quesito. Qualquer um que procurar por "fotos do litoral australiano" no Google vai se surpreender com a exuberância encontrada. E não só de água vive a nação, pois mesmo em meio ao deserto, sob altíssimas temperaturas e uma aridez imensurável, encontra-se beleza. 

De clima semelhante ao nosso, com praias, população jovem e, em contrapartida, elevados índices de educação e possibilidades de emprego, o governo australiano incentiva, inclusive, a imigração. Fica fácil, daí, compreender os motivos pelos quais os brasileiros têm tanta predileção pelo país ao buscar por programas de intercâmbio. A Austrália, para os intercambistas daqui, só fica atrás do Canadá.

A jovem literatura australiana: Colleen McCullough, Markus Zusak e Garth Nix
Por ser um estado de formação recente, é comum que a Austrália não tenha grandes nomes na antiga literatura clássica. O que não significa, de qualquer forma, que seus autores sejam ruins: muitos pelo contrário. Nascida a 1937, temos Colleen McCullough, romancista muito prestigiada no Brasil por sua obras Pássaros Feridos e Tim, sendo aquela um retrato do amor malfadado entre um padre e uma jovem moça de uma fazenda australiana.

Markus Zusak, de 1975, creio que seja conhecido de todos nós por aqui. Autor de títulos como A Menina que Roubava Livros e Eu Sou o Mensageiro (únicos publicados em terras brasileiras, infelizmente), é um escritor extremamente dinâmico, capaz de alternar entre diferentes estilos e ser incrível em todos eles. Com Liesel, Zusak nos emociona ao tratar da guerra sob o frio olhar da Morte. Com Ed, faz-nos rir, falar um monte de palavrões e, ao final, aprender uma nobre lição de vida. Seus livros (esses dois, pelo menos), apesar de excelentes, não se passam na Austrália.

Em 1963, nasce Garth Nix (nome original, sem pseudônimos), autor de séries juvenis voltadas à fantasia queridas pelos leitores brasileiros como A Sétima Torre e As Chaves do Reino. 

Curiosidades
- A capital da Austrália é Camberra, e não Sidney, como muita gente acredita.
- O país australiano parece-me um berço de celebridades mundiais: Nicole Kidman (ah, você sabe quem é, né?), Hugh Jackman (o Wolverine), Jude Law (Watson na nova versão de Sherlock Holmes), Russel Crowe  (O Gladiador), Cate Blanchett (O Curioso Caso de Benjamin Button e O Senhor dos Anéis), Geoffrey Rush (Capitão Barbossa em Piratas do Caribe), Heath Ledger (10 Coisas que Odeio em Você e o Coringa, nas últimas versões de Batman), Mel Gibson (você também o conhece, claro), Miranda Kerr (a namorada mulher do Orlando Bloom).
- O esporte predileto dos australianos é o rugby.
- Se você jogar bituca de cigarro na rua, você terá que pagar uma multa que, por sinal, é bem salgada.
- Uma das cervejas mais populares de Queensland é a XXXX (pronuncia-se em português "for ecs")
- Ao contrário de muitos brasileiros, os australianos, em geral, têm o costume de dormir pontualmente antes das 10 horas da noite.
- O churrasco na Austrália é carinhosamente chamado de barbie, que provém da palavra inglesa que dá nome à refeição, barbecue.

Fontes:
Nossa história, em Austrália.pt
Brazil Australia
Estados e territórios da Austrália, em Wikipédia
Esportes e lazer na Austrália, em AustraliaBrasil
Curiosidades sobre a Austrália, em Países da Oceania

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