13 julho 2012

Sexta-feira 13, dia do rock e algumas dicas...

Fonte: Tumblr
Apesar de ser uma crendice popular, temos um gosto natural pelo macabro que envolve o mito (os mitos, na verdade) da sexta-feira 13. Na tradição cristã, por exemplo, acredita-se que tenha sido uma sexta-feira o dia em que Jesus Cristo ofereceu a Última Ceia; e o número 13, por sua vez, representa o número de pessoas à mesa: os doze apóstolos e seu líder religioso.

Ainda em âmbito cristão, no processo de consolidação do dogma ao longo de toda a Europa, na Idade Média, afirmava-se que a maldição da sexta-feira 13 teria surgido através de povos escandinavos bárbaros que, uma vez obrigados a se converter do politeísmo para o cristianismo, amaldiçoavam a bruxa pagã Friga, deusa do amor e da beleza, responsável por promover reuniões com outras 11 onze feiticeiras e um demônio a cada sexta, rogando pragas para a humanidade. Não muito longe dali, alguns franceses, em contrapartida, acreditam que a data remonta do momento em que o rei Felipe IV, sentindo seu poder ameaçado, ordenou perseguição à poderosa ordem dos Cavaleiros Templários.

Com o passar do tempo e nosso péssimo gosto em aumentar histórias, o horror da sexta-feira 13 se consolidou, gerando uma crença de azar e agouro de que, especialmente neste dia, coisas ruins estejam propensas a acontecer. O mito, inspirador do imaginário humano como tantos outros, acabou ganhando diversas adaptações cinematográficas que se eternizaram na história da 7ª arte voltada ao terror com 12 volumes sobre o assassino que aparecia até mesmo nos sonhos das vítimas, Jason Voorhes.

E hoje, não apenas estamos comemorando a Sexta-feira 13 (comemorar não é um verbo meio estranho neste caso), mas também, coincidentemente, o Dia Mundial do Rock que, por puro preconceito e ignorância, é um ritmo muitas vezes associado ao satanismo, às drogas e a pessoas de caráter sombrio pelas roupas negras trajadas, quando, na realidade, é para tantos um estilo de vida ou uma simples forma de lazer.

As origens da comemoração para os roqueiros são mais simples, neste caso. No dia 13 de julho de 1985, simultaneamente em Londres e na Filadélfia, shows dos artistas mais consagrados do rock como The Who, Led Zeppelin, Queen, David Bowie, Mick Jagger, Scorpions, U2, Paul McCartney e outros, eram realizados em conjunto como protesto para chamar a atenção de todo o mundo sobre a pobreza e a AIDS que se alastravam pela África Subsaariana, pressionando os países membros do G8 a perdoar as dívidas externas com nações como a Etiópia, um dos retratos mais duros da miséria. Desde então, o dia vem sendo comemorado como maneira de demonstrar o quão benéfico pode ser o espírito revolucionário que predomina no pensamento e na maneira de se expressar do rock.

Misturando um pouco o estilo sombrio da sexta-feira 13 e o urbano mais pesado que o rock inspira, aliando as situações sem realmente relacioná-las, resolvi postar hoje algumas dicas literárias que façam com vocês entrem no clima e se entretenham, ou se assustem, ou qualquer outra coisa que desejarem, do clássico ao moderno.

Assassinatos na Rua Morgue, de Edgar Allan Poe
É impossível falar de terror em literatura e não mencionar Edgar Allan Poe, o rei do macabro e do azar, indubitavelmente. Para os iniciantes ou para os já conhecedores de sua obra, não posso deixar de indicar a leitura de Assassinatos na Rua Morgue, uma coletânea de contos que tratam da morte, de obsessões amorosas, da doença, do mistério e de tudo de terrível que pode acontecer, física e psicologicamente, a um ser humano numa linguagem primorosa. Para os esperançosos, garanto a existência de um conto com final otimista. E se alguém compreender O Mistério de Marie Roget, favor contactar-me. 

Lugar Nenhum, de Neil Gaiman (resenha no blog)
Neil Gaiman é considerado um dos mestres, senão o mestre da atual fantasia urbana, responsável por atrelar a suas obras um verdadeiro mundo paralelo no qual vivem criaturas sobrenaturais e/ou seres humanos perturbados, dotados da capacidade de enxergar e conviver com os tais. Lugar Nenhum é um destes livros meio absurdos, surreais e, ao meu ver, muito interessantes. Imagine um mundo subterrâneo nas entranhas de Londres nos quais homens e todo o tipo de povos convivem, cheios de portais para outros dimensões e mudanças em espaços por nós já conhecidos. Meio insano, contudo, daqueles que vale a pena tentar conferir.
Nas Sombras, de Jeri Smith-Ready (resenha no blog)
Neste lançamento da Galera Record, temos um misto que certamente vai atrair os fãs de literatura juvenil. Aura, uma mocinha bem pé no chão, é capaz de enxergar e ouvir fantasmas e, apesar de ser um pouco perturbada por esse dom, está plena em todos os aspectos de sua vida, prestes a dar o próximo passo com seu namorado, Logan, que tem tudo para ser um promissor astro do do rock... Até o dia em que ele morre. E reaparece para ela como um fantasma. Daí vocês já podem imaginar a confusão que se forma e o impasse em que vive a moça, tentando seguir em frente e tentando auxiliá-lo também a fazer a Passagem e deixar esse mundo de uma vez por todas. Com uma história que muitos podem considerar triste, Jeri Smith-Ready se sobressai ao unir romance e até mesmo humor numa narrativa que faz pegar embalo rapidamente.


Um Mundo Chamado Timidez, de Leanne Hall (resenha no blog)
Poderiam me dizer, após minha leitura da sinopse de Um Mundo Chamado Timidez e do prefácio, que tratava-se de uma obra de Neil Gaiman e eu certamente acreditaria. Não apenas por uma narrativa semelhante, mas pela própria estrutura da história nos conduzir a uma fantasia urbana bem misteriosa, cheia de criaturas estranhas, dois protagonistas sombrios e até uma confusão comum, ao início. Para aqueles que quiserem, eventualmente, aventurar-se por mares nunca dantes navegados, estão aí as dicas.

Alguém já leu um destes livros? Gostou? Quer compartilhar sua opinião conosco a respeito? Deixe seu comentário e boa sexta-feira 13 a todos! Feliz dia mundial do rock!







0 comentários: