24 fevereiro 2013

Pequena Abelha, de Chris Cleave

"Depois que ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como esta narrativa se desenrola." A sinopse de Pequena Abelha deixa clara a regra e eu não irei quebrá-la, portanto essa resenha será um pouco diferente, será sobre minhas impressões sobre o livro e sem detalhes sobre a história. 

O que posso lhes contar é que a história é sobre duas mulheres que vivem realidades completamente diferentes cujas vidas se cruzam em um dia trágico. A narração segue duas linhas de raciocínio, pertencentes às duas mulheres citadas na sinopse, Sarah e Pequena Abelha.

Pequena Abelha, assim como deveria, é a estrela do livro. É uma personagem comovente e por muitas vezes, triste, apesar de se mostrar otimista em vários momentos do livro, o que me levou a ver nela um pouco de Pollyanna (personagem dos livros Pollyanna e Pollyanna Moça). Abelhinha é uma jovem nigeriana com um passado triste e nenhuma visão do futuro que, depois de dois anos em um centro de imigrantes, reencontra Sarah.

Sarah é uma jornalista britânica, na casa dos 30 anos, que tem uma boa carreira, mas é infeliz em casa. Dois anos antes, Sarah viaja à Nigéria, onde conhece Abelhinha em um dia que ela tenta desde então esquecer. Quando reencontra a jovem nigeriana, Sarah a acolhe e a mantém por perto pra que possam, juntas, se recuperarem de um passado manchado por tragédias que não podem apenas ser apagadas da memória.

A narrativa tem os capítulos alternados, um narrado por Abelhinha, outro por Sarah. O livro começa com a narração delicada de Pequena Abelha, o que me deixou muito decepcionada ao ler a narração fria e perdida de Sarah. O autor, Chris Cleave cometeu, na sinopse do livro, o erro de aumentar demais as expectativas a respeito de sua obra e devo admitir que me decepcionou. A história, apesar de incrível, não me impressionou e poucas passagens me emocionaram. Apesar disso, eu gostei da forma que a história flui, gostei de Abelhinha e de como me senti extasiada pelo seu otimismo.
Às vezes eu penso que gostaria de ser uma moeda de libra esterlina em vez de uma menina africana. Todo mundo ficaria satisfeito em me ver.
Fernanda Evangelista


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