08 maio 2013

Teorema Katherine, de John Green

Colin acabou de levar seu 19° pé na bunda de uma Katherine, o que o deixa completamente arrasado, então resolve cair na estrada, dirigindo o Rabecão do Satã, com seu amigo Hassan no banco do carona. Entretanto, Colin não é um garoto comum, ele é um (quase) prodígio, aspirante a gênio que se sente desconsolado por ter acabado o seu colegial sem descobrir a cura de nenhuma doença ou ser responsável por qualquer outro ato de genialidade.

Incentivado pelo seu pai, Colin passava a maior parte do tempo tentando se tornar uma pessoa importante, o que o levou a gastar um bom tempo de sua vida fazendo anagramas, decorando informações e aprendendo diversos idiomas para no fim, se tornar uma pessoa extremamente solitária e dependente de suas namoradas
.
Hassan, conhecendo Colin mais do que ninguém, sabia quão arrasado estava o amigo e propôs a ele uma viagem sem rumo, apenas pegar o carro e dirigir por ai até a dor do pé na bunda diminuir. Quando Colin concorda, os dois pegam a estrada e acabam indo parar na cidade de Gutshot, onde ele tem seu primeiro momento "eureca" e tem a ideia de representar os relacionamentos em um teorema, onde seria possível descobrir o tempo que duraria o relacionamento e quem terminaria com quem. O Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines se mostra muito mais complicado do que Colin imaginou que seria, mas ele não perde a esperança de desenvolver a função que pode lhe trazer a Katherine XIX de volta.

John Green tem, definitivamente, o dom das palavras. Teorema Katherine é um livro original e surpreendente, daqueles que você começa a ler e logo quer saber o final. Os personagens são muito cativantes e até mesmo o Colin, o cara mais monótono que já conheci, consegue arrancar boas risadas. Novamente, o livro não tem um gênero definido, é uma mistura de romance, comédia e drama, fazendo com o que o texto não fique cansativo, além disso, a obra traz notas de rodapé que são um amor, explicando fatos históricos, matemáticos, ou apenas fazendo traduções, o que deixou o livro ainda mais dinâmico.

O livro é narrado por uma terceira pessoa extremamente engraçada que não perde a oportunidade de fazer piadas com o sofrimento de Colin, o que deixa a história ainda mais legal pois, como é dito durante todo o livro, o menino não sabe contar histórias e sabe-se lá o que seria de nós caso ele inventasse de narrar sua própria viagem. Apesar de incrível, Teorema Katherine não alcança os seus irmãos, Looking for Alaska e A Culpa é das Estrelas, embora eu não ache que a comparação seja válida. Vale a pena acompanhar o sofrimento de Colin ao tentar desenvolver o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, pois as risadas são garantidas.
Fernanda Evangelista

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